Quais cuidados para tratar pilhas e baterias sua empresa deve ter?
24/10/2018
Vários cuidados para tratar pilhas e baterias antes do descarte devem ser feitos. Além disso, descartar incorretamente pilhas e baterias usadas provocam vários problemas, como a poluição do meio ambiente com mercúrio, chumbo, zinco e outros metais pesados.
Atualmente, a melhor opção de cuidado para tratar pilhas e baterias é a reciclagem. Pois a reciclagem é capaz de separar as substancias tóxicas facilitando a destinação ambientalmente correta. No Brasil, a reciclagem desses resíduos ainda é baixa. Isso devido a alguns fatores, por exemplo, a falta de conscientização da população sobre a maneira correta de descarte.
Confira neste artigo os cuidados para tratar pilhas e baterias protegendo o meio ambiente!
Pilhas e baterias: resíduos domésticos especiais
As pilhas e baterias são produtos largamente utilizados no cotidiano das pessoas. Encontramo-los em diversos objetos, na residência, comércios e indústrias. De acordo com a NBR 10.004 pilhas e baterias são classificadas como resíduos domésticos especiais.
Por conter metais pesados é extremamente perigoso e requer cuidados especiais. O grande problema das pilhas e baterias é quando o descarte delas não é realizado de forma ambientalmente correta. A cápsula que as envolvem sofrem deformações (amassam e estouram). Com isso o líquido tóxico do interior das pilhas e baterias vaza. Esse líquido não é biodegradável e acumula no meio ambiente causando vários riscos a saúde humana e a natureza.
Desde 2008 todos os pontos de venda de pilhas e baterias do Brasil devem oferecer aos consumidores postos de coleta para receber as pilhas e baterias descartadas. Após coletado o resíduo é encaminhado aos fabricantes e importadores que, por sua vez, serão responsáveis pela reciclagem ou pelo descarte definitivo em aterros sanitários. No entanto, a destinação em aterros sanitários não evita que a toxicidade de pilhas e baterias seja neutralizada. Somente evita que as substâncias tóxicas contaminem o solo e a água.
Para controle dos níveis de toxicidade das pilhas e baterias foram estabelecidos limites. Os limites máximo de chumbo, cádmio e mercúrio nas pilhas e baterias foram estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 401. Nesta resolução, também, são definidos os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos.
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Pilhas e baterias são lixos tóxicos?
As pilhas e baterias contem em suas composições substâncias tóxicas. Por isso é necessário cuidados para tratar pilhas e baterias.
Conhecer a sua composição é muito importante para o adequado tratamento dos resíduos. Assim evita contaminações.
Conheça a composição das pilhas e baterias mais comercializadas:
- comuns – são feitas de zinco e manganês. Comumente utilizado em brinquedos, máquinas fotográficas, controles remotos etc.;
- alcalinas – são feitas de alcalina e manganês. Muito utilizadas em brinquedos, máquinas fotográficas, controles remotos etc.;
- de níquel-metal-hidreto, de zinco, de lítio, de íon-lítio – são baterias muito utilizadas em celulares, telefones sem fio, filmadoras e notebooks;
- de chumbo – são as baterias de carro. Também são usadas em indústrias e em filmadoras;
- de níquel-cádmio – usadas em telefones sem fio, celulares, barbeadores etc.;
- de óxido de mercúrio – usadas em instrumentos de navegação e aparelhos de instrumentação e controle.
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Cuidados ao tratar pilhas e baterias
As pilhas e baterias, quando descartadas de forma ambientalmente incorreto, liberam componentes tóxicos que contaminam o solo, os cursos d’água e os lençóis freáticos. As consequências são gravíssimas para a flora e a fauna das regiões circunvizinhas e para o homem, pela cadeia alimentar.
Os componentes tóxicos encontrados nas pilhas são: cádmio, chumbo e mercúrio. Todos afetam o sistema nervoso central, o fígado, os rins e os pulmões, pois eles são bioacumulativos.
A melhor opção de tratamento destes resíduos é através da reciclagem. Pois através dela é possível separar esses componentes e destina-los de forma correta. As pilhas e baterias recicladas viram pigmentos que dão cor a fogos de artifício, pisos cerâmicos, vidros e tintas.
A incineração pode parecer ser uma alternativa mais econômica, porém gera cinzas que contem os resíduos tóxicos. Estes podem volatilizar, contaminando a atmosfera.
Reciclagem de pilhas e baterias
A reciclagem de pilhas e baterias tem o intuito reaproveitar os metais e outros materiais presentes. Atualmente, são três as tecnologias aplicadas na reciclagem de pilhas e baterias: mineralúrgica, hidrometalúrgica e pirometalúrgica.
Vamos conhecer cada tipo de tecnologia:
Mineralúrgica
A reciclagem mineralúrgica é uma tecnologia aplicada muito para baterias industriais de grande porte. O processo é realizado através da separação ou concentração dos materiais que compõem essas baterias.
O processo se inicia com a remoção do eletrólito da bateria, quando este é líquido. Posteriormente, é realizada a desmontagem do invólucro da bateria para a remoção de plásticos e isolantes. Também são retirados os eletrodos e placas.
É um processo de reciclagem limitado, porém barateia, substancialmente, o custo dos processos subsequentes.
Hidrometalúrgica
Na reciclagem hidrometalúrgica os metais moídos existentes nas pilhas e baterias é dissolvido em solução ácida ou básica.
Esses metais posteriormente são recuperados por:
- precipitação – neste processo o metal é recuperado variando o pH da variando solução;
- extração por solventes –neste processo são utilizados diferentes solventes. Esses solventes se ligam com íons metálicos permitindo que os metais sejam recuperados posteriormente por eletrólise ou por precipitação.
A reciclagem hidrometalúrgica tem vantagens, por exemplo, a economia de energia (este é um processo que utiliza menos energia que o processo pirometalúrgico). No entanto, também tem suas desvantagens, pois é um processo que gera resíduos que precisam ser tratados posteriormente.
Pirometalúrgica
Neste processo de reciclagem de pilhas e baterias os metais são recuperados através da aplicação de altas temperaturas. Posteriormente são separados os componentes metálicos e não metálicos.
Os componentes metálicos são aquecidos a temperaturas superiores a 1000ºC. Nesse processo ocorre a destilação de mercúrio, zinco, cádmio e outros. O destilado posteriormente será condensado. O resultado desta tecnologia de reciclagem é material com alto grau de pureza.
A pirometalúrgica é muito mais vantajosa que a hidrometalúrgica, pois não gera resíduos sólidos perigosos. A desvantagem é o alto consumo de energia, uma vez que as temperaturas do processo variam entre 800 e 1500ºC.
Lucro no tratamento de pilhas e baterias
O material que é recuperado na reciclagem de pilhas e baterias pode ser comercializado gerando lucro para a empresa.
Os componentes não metálicos, como plástico, podem ser vendidos a outras empresas que tem interesse em adquirir o material. Os demais podem ser vendidos como matéria prima para indústria do chumbo, ou podem ser utilizados como pigmentos que dão cor a tintas, cerâmicas e fogos de artifício.
Para ajudar nisso, a plataforma Mercado de Resíduos da VG Resíduos permite ao tratador encontrar empresas que precisam realizar a destinação do resíduo. Após a reciclagem o tratador consegue comercializar os componentes resultantes da reciclagem.
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Diante disso, são necessários vários cuidados para tratar pilhas e baterias. A reciclagem de pilhas e baterias usadas é a melhor forma de tratamento do resíduo e que gera mais lucro para o tratador. O tratamento de pilhas e baterias deve ser realizado com responsabilidade para recuperar todos os metais tóxicos presentes. Além do mais, o tratador deve respeitar todas as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos e CONAMA nº 401.
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