Lixo Eletrônico e logística reversa: qual a relação entre eles?!
10/08/2021
Lixo Eletrônico e logística reversa: qual a relação entre eles?Se você tem alguns aparelhos eletrônicos redundantes ou quebrados nas gavetas de casa, não está sozinho. O Brasil é o líder na produção de lixo eletrônico na América Latina e todos nós podemos fazer parte da solução.
Os resíduos eletrônicos são as diversas formas de equipamentos elétricos e eletrônicos que deixaram de ter valor para seus usuários ou não atendem mais à sua finalidade original. Fontes comuns de lixo eletrônico incluem televisores, computadores, telefones celulares e qualquer tipo de eletrodomésticos, de condicionadores de ar a brinquedos infantis.
Dado que a revolução da informação e da tecnologia, houve um aumento exponencial no uso de novos equipamentos eletrônicos, o que, por consequência, produziu volumes crescentes de produtos obsoletos;
Embora o lixo eletrônico contenha combinações complexas de substâncias altamente tóxicas que representam um perigo para a saúde e o meio ambiente , muitos dos produtos também contêm materiais preciosos recuperáveis , o que o torna um tipo diferente de lixo em comparação com o lixo municipal tradicional.
Qual a classificação dos lixos eletrônicos?
O lixo eletrônico é derivado de todos os equipamentos eletrônicos ao fim de sua vida útil. São compostos por materiais diversos como plásticos, vidros, componentes eletrônicos, metais pesados, entre outros. Esses componentes têm um alto valor agregado.
Eles podem ser divididos em quatro categorias:
- Linha branca: refrigeradores e congeladores, fogões, lavadoras de roupa e louça, secadoras, condicionadores de ar;
- Linha marrom: monitores e televisores de tubo, plasma, LCD e LED, aparelhos de DVD e VHS, equipamentos de áudio, filmadoras;
- Linha azul: batedeiras, liquidificadores, ferros elétricos, furadeiras, secadores de cabelo, espremedores de frutas, aspiradores de pó, cafeteiras;
- Linha verde: computadores desktop e laptops, acessórios de informática, tablets e telefones celulares.
De acordo com a ABNT NBR 10004:2004, o lixo eletrônico em sua maioria é classificado como Resíduos classe I: Perigosos, que são aqueles que apresentam periculosidade em razão de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas. Esse tipo de resíduo pode apresentar: a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; b) riscos ao meio ambiente, quando gerenciado de forma inadequada. Apresentando assim uma das seguintes características: Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade, Toxicidade, Patogenicidade.
Vários materiais encontrados nesse lixo são metais pesados como alumínio, arsênio, cádmio, bário, cobre, chumbo, mercúrio, cromo, entre outros. Essas substâncias químicas são potencialmente tóxicas, podendo levar a contaminação do meio ambiente e das pessoas.
Devido às características dos materiais que compõem o lixo eletrônico é necessário que a empresa realize processos específicos de gerenciamento de resíduos para evitar os danos que podem causar se destinados de maneira incorreta.
Os perigos do lixo eletrônico
A composição complexa e o manuseio incorreto do lixo eletrônico afetam negativamente a saúde humana e o meio ambiente.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os riscos à saúde podem resultar do contato direto com materiais tóxicos que vazam do lixo eletrônico. Isso inclui minerais como chumbo, cádmio, cromo, retardadores de chama bromados ou Bifenilos policlorados (PCBs). O perigo pode advir da inalação de vapores tóxicos, bem como do acúmulo de produtos químicos no solo, na água e nos alimentos.
Isso coloca não apenas as pessoas em perigo, mas também os animais terrestres e marinhos. Nos países em desenvolvimento, os riscos são excepcionalmente altos porque alguns países desenvolvidos enviam seu lixo eletrônico para lá. Estudos têm mostrado que esse lixo eletrônico global tem efeitos prejudiciais para as pessoas que trabalham com o lixo eletrônico, mas também para as pessoas que vivem ao seu redor.
No contexto ambiental, embora o uso de eletrônicos constitua uma parte indispensável da vida cotidiana, seus efeitos perigosos sobre o meio ambiente não podem ser negligenciados ou subestimados.
A interface entre equipamentos elétricos e eletrônicos e o meio ambiente ocorre durante a fabricação, reprocessamento e descarte desses produtos. A emissão de gases e partículas no ar, a descarga de resíduos líquidos na água e nos sistemas de drenagem e o descarte de resíduos perigosos contribuem para a degradação ambiental. Além de uma regulamentação mais rígida sobre a reciclagem e descarte de lixo eletrônico, há necessidade de políticas que estendam a responsabilidade de todas as partes interessadas, especialmente os produtores, além do ponto de venda e até o fim da vida útil do produto.
Como podemos reduzir o lixo eletrônico?
O lixo eletrônico global é o fluxo de resíduos de crescimento mais rápido. Diante disso, há uma emergente necessidade para se adotar medidas pare reduzir a produção deste tipo de resíduo. Vamos dar uma olhada em alguns deles, apoiados na proposta dos 3R’s:
Reduzir Estamos usando cada vez mais dispositivos e substituindo-os com mais frequência. A mudança desse hábito depende tanto do consumidor - que deve ser menos suscetível a estratégias de marketing que estimulem o consumo - quanto dos fabricantes que adotam cada vez mais políticas como o ecodesign.
Reutilização Os especialistas em reciclagem eletrônica recomendam que amigos ou familiares herdem os aparelhos que ainda funcionam, ou que sejam oferecidos no mercado de segunda mão. Também existe a possibilidade de doá-los a instituições de caridade especializadas.
Reciclar Quando o item não funciona mais e não há chance de ser usado por alguém próximo, a opção deve ser reciclada. Uma opção para o consumidor é entregar o aparelho antigo na loja onde o novo está sendo adquirido ou em alguma empresa especializada em reforma eletrônica.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) nº.12 fala sobre a necessidade de “garantir padrões de consumo e produção sustentáveis”. No que se refere aos aparelhos eletrônicos descartados, isso significa alcançar um manejo ecologicamente aceitável ao longo de seu ciclo de vida, bem como reduzir a liberação de venenos na atmosfera, água e solo para minimizar seu impacto negativo na saúde e no meio ambiente.
A importância da logística reversa
A logística reversa é um importante instrumento para gestão de resíduos. É definida na Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) como “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.”.
Foi somente com a promulgação da PNRS, que as empresas foram obrigadas a serem responsáveis pela logística reversa. Ou seja, terem a responsabilidade compartilhada sobre o manejo e retorno de resíduos.
O objetivo é neutralizar o impacto ambiental. Geralmente este processo é feito a partir da coleta dos produtos inutilizáveis por parte da empresa que os produziu.
São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: agrotóxicos, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes; produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens.
A interface entre logística reversa e lixo eletrônico
O lixo eletrônico tem potencial de transformação e pode até ser lucrativo para as empresas geradoras. Esses resíduos, quando manejados corretamente, ganham vida nova. Isso pode significar faturamento para as geradoras e menos degradação ambiental.
Por outro lado, quando descartado de qualquer maneira, o lixo eletrônico pode ser extremamente prejudicial à saúde pública e ao meio ambiente. As empresas que geram lixo eletrônico precisam ter uma postura responsável em relação a esses materiais.
Devido ao potencial tóxico e os custos de seus componentes, o lixo eletrônico não pode ser descartado diretamente no meio ambiente ou em aterros sanitários. É preciso que as organizações adotem a logística reversa.
Através da logística reversa esse lixo é enviado a reciclagem. A vantagem desse método é que ele dá vida nova aos resíduos, transformando-os em matéria-prima ou subproduto com valor comercial.
A relação entre lixo eletrônico e logística reversa é fundamental para poupar o meio ambiente, evitando a contaminação de solos, mananciais e o surgimento de doenças.
Além disso, o que era sucata eletrônica vira renda para a geradora, com a implantação de tratamentos e comercialização dos novos materiais obtidos
Operacionalização da logística reversa
Para operacionalização do sistema de logística reversa do lixo eletrônico deverá ser respeitado às seguintes etapas:
- Descarte dos produtos eletrônicos em pontos de recebimento definido pela empresa;
- Recebimento e armazenamento temporário do lixo eletrônico descartado em pontos de recebimento;
- Transporte dos produtos eletrônicos descartados dos pontos de recebimento até os pontos de destinação;
- Destinação final ambientalmente adequada.
A operação do programa de logística reversa de lixo eletrônico pode ser realizada por meio de um software de gestão de resíduos.
No software de gestão de resíduos da VGR Resíduos a empresa pode implementar o programa de forma individual. A plataforma traz funcionalidades específicas para o controle das áreas geradoras, dos processos, dos prestadores de serviços e dos documentos, tudo com metodologia baseada na Política Nacional de Resíduos e demais legislações pertinentes ao assunto.
Já na plataforma Mercado de Resíduos o gerador encontra empresas que têm interesse em adquirir o lixo eletrônico coletado através da logística reversa. A plataforma serve para integrar interessados em resíduos e, sobretudo, estruturar uma rede de contatos que garanta o oferecimento de soluções para compra, venda, tratamento e transporte de resíduos em escala nacional.
A VGR Resíduos é um software que pode auxiliar a gestão de resíduos e no descarte correto dos mesmos, auxiliando a empresa a crescer adotando práticas sustentáveis.
Sendo assim, existe uma relação entre lixo eletrônico e logística reversa para a redução dos resíduos que serão descartados em aterros ou em locais inadequados, além da contaminação. O lixo eletrônico coletado pela logística reversa são enviados a reciclagem. Esse manejo contribui, também, para a geração de renda para as empresas.
Mas se você quiser se aprofundar mais leia também outro artigo do nosso blog: Como descartar lixo eletrônico para evitar impactos ambientais?
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