Indústria de bebidas e gestão de resíduos: o que você precisa saber
14/07/2021
A fabricação de bebidas está entre as atividades que apresentaram maior crescimento no número de pessoas ocupadas de 2009 a 2018 com 28,1%, segundo a Pesquisa Industrial Anual PIA-Empresa (IBGE, 2018). A produção de cervejas e refrigerantes se destacam, correspondendo, respectivamente, a 82% do volume produzido e 76% do valor total das vendas.
Em relação ao peso econômico, estas duas representam o setor de bebidas. O Brasil é o terceiro maior produtor e consumidor de cervejas e refrigerantes do mundo, atrás apenas de Estados Unidos da América (EUA) e China (dados da publicação Panoramas Setoriais 2030, HYPERLINK “https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/14214"2017, BNDS).
Em consequência do potencial poluidor da produção de bebidas (alcoólicas ou não), esta atividade é sujeita ao prévio licenciamento do órgão ambiental competente. Os impactos são diversos e determinantes na definição de medidas de controle. Neste sentido, a gestão de resíduos na indústria de bebidas é uma atividade de suma importância para de evitar a degradação ambiental.
Veja abaixo o que abordaremos neste artigo:
- principais resíduos na indústria de bebidas;
- tratamento de efluentes;
- tratamento de resíduos sólidos;
- como o software da VGR pode auxiliar?.
Principais resíduos na indústria de bebidas
A identificação da origem, os constituintes e as características dos resíduos são informações básicas para a sua classificação. Quanto a especificação, os resíduos são classificados quanto a sua periculosidade em perigosos e não perigosos (Classe I ou Classe II, consoante a ABNT NBR 10.004:2004).
Os resíduos perigosos de fontes especificas ou não constam nos anexos A e B da ABNT NBR 10.004:2004. Caso o resíduo não esteja relacionado nos anexos e ainda tiver característica de inflamabilidade, corrosividade, reatividade ou patogenidade é considerado perigoso.
Os mais comuns na indústria de bebidas são papéis, papelões, latas de alumínio, garrafas PET, sucatas ferrosas e não ferrosas, plásticos, vidros e orgânicos. E, os perigosos, são borras de tinta, óleos, graxas, lodos e produtos químicos em geral.
Além da gestão interna, existe uma atenção voltada a restituição das embalagens ao setor empresarial. De acordo com o relatório de sustentabilidade (2019) da Coca Cola, maior produtora de bebidas não alcoólicas do país, a meta até 2030, é coletar e reciclar o equivalente a 100% das embalagens da empresa que chegam ao mercado
Tratamento de efluentes
As águas (doces, salobras e salinas) são classificadas segundo a qualidade requerida para os usos atuais e futuros, perfazendo o total de treze classes. Uma delas é a especial, destinada:
- ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção (somente águas doces);
- à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e
- à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.
Nestas águas é proibido o lançamento de efluentes de qualquer tipo, mesmo que tratados.
De acordo com a Resolução n° 430 /2011, efluente é o termo usado para caracterizar os despejos líquidos provenientes de diversas atividades ou processos. Ademais, o seu lançamento no corpo receptor só poderá ocorrer consoante as condições, padrões de qualidade de água e outras exigências aplicáveis.
Na ocorrência de poluição, degradação da qualidade ambiental resultante de atividades, em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, sujeitará o infrator as penas de reclusão, multa e/ou detenção. Tais penalidades serão mais severas se o crime for culposo e dependendo do nível do impacto.
O tratamento do efluente será indicado a partir de sua carga orgânica, presença de contaminantes, carga tóxica dos materiais, presença de sólidos e componentes químicos na composição. Os processos de tratamento são divididos em: físicos, químicos e biológicos.
O serviço poderá ocorrer em estação própria da empresa ou através de terceiros. A escolha da primeira opção, levará em consideração, de acordo com Giordano (1999), os fatores: a legislação ambiental regional, os custos de investimento e operacional, a quantidade e qualidade do lodo gerado, a segurança operacional, a interação com a vizinhança, a possibilidade de reuso dos efluentes tratados.
No caso do serviço ser terceirizado, a empresa deverá qualificar o seu fornecedor, a fim de garantir que o mesmo atenda a todos os requisitos ambientais. Acresce que, na ocorrência de acidente ambiental, no transporte ou no tratamento, o contratante será corresponsável.
Após o tratamento, o efluente, a critério do órgão ambiental, será encaminhado para o corpo hídrico ou lançado na rede coletora de esgoto da companhia responsável pelo tratamento de efluentes domésticos da região. A última opção, por exemplo, é praticada em Minas Gerais, através do PRECEND (Programa de Recebimento e Controle de Efluentes Não Domésticos).
Tratamento de resíduos sólidos
Os resíduos deverão ser acondicionados devidamente e armazenados num ambiente com piso impermeável, cobertura, identificados, dentre outras características a depender do material estocado.
Os papéis, papelões, latas de alumínio, garrafas PET, sucatas ferrosas e não ferrosas, plásticos, vidros são passíveis de reciclagem. A sua comercialização pode retornar ganhos financeiros significativos, a depender do seu correto gerenciamento, a qualidade do material e a quantidade gerada.
Os orgânicos, quando considerados rejeitos, são encaminhados para os aterros sanitários. Segundo Costa (2008), os subprodutos dos processos produtivos são destinados principalmente a suplementos alimentares, como ração animal (bagaço de malte, levedura úmida e seca, pó e casca de malte, radícula, etc.).
Existem várias soluções com o objetivo de neutralizar as características negativas dos resíduos perigosos. Estes podem ser tratados termicamente através do coprocessamento ou a incineração, por exemplo. Outra alternativa é o aterro industrial, específico para este tipo de resíduo.
Como o software VGR pode auxiliar?
Devido a diversidade de materiais necessários a produção, a gestão de resíduos na indústria de bebidas requer estruturação que seja capaz de corresponder a demanda. Neste sentido, a automatização deste processo é de suma importância para garantir a eficiência da operação.
O software da VGR, tecnologia aliada a gestão, permite o manuseio de todas as informações e documentos em um ambiente único, confiável e interativo. Assim, é possível agilizar processos que antes eram manuais, monitorar indicadores, gerar gráficos, emitir documentos regulatórios automaticamente, gerir fornecedores, dentre outras funcionalidades.
O uso desta ferramenta pode tornar a coordenação das etapas de acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, destinação e disposição final mais eficiente. E, consequentemente, evitar poluição em detrimento da não observância da legislação.
Quer saber mais dos benefícios do software da VG Resíduos? Leia outro artigo do nosso blog: Software online de gestão de resíduos, eficácia aplicada ao seu negócio.0