Você sabe a diferença entre destinação e disposição final?

20/10/2020

A destinação de resíduos diz respeito à reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético. Já a disposição final ambiental é a distribuição ordenada de rejeitos em aterros. Neste artigo vamos entender melhor qual é a diferença entre destinação e disposição final. Confira!

A gestão de resíduos possui diversas etapas estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre elas a redução da geração de resíduos, visando a não geração. Contudo, quando isso não é possível essa redução ou não geração, é necessário realizar as demais etapas: o acondicionamento, à destinação e à disposição final de resíduos.

A destinação e a disposição final de resíduos, que não puderam ser reaproveitados, são um compromisso e obrigação das empresas.

Veja abaixo o que abordaremos neste artigo:

Diferença entre destinação e disposição final

De acordo com a PNRS, a destinação de resíduos consiste na reutilização, compostagem, reciclagem, recuperação, aproveitamento energético e outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do SISNAMA, do SNVS e do Suasa, desde que respeitadas normas operacionais específicas que evitem danos ou riscos à saúde e à segurança pública, minimizando os impactos ambientais adversos.

Segundo a PNRS, a disposição final consiste em distribuir ordenadamente os rejeitos em aterros, observando as normas operacionais específicas que evitem danos ou riscos à saúde e à segurança pública, minimizando os impactos ambientais adversos.

Entende-se por rejeitos, os resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação de acordo com as tecnologias disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade além da disposição final, sendo esta a última alternativa a ser adotada pelo gerador, que é a pessoa física ou jurídica geradora de resíduo por meio de suas atividades.

##Ordem de prioridade na gestão de resíduos

Resíduo sólido é qualquer material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas. Existe uma ordem de prioridade na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos, estipulada pela PNRS, que é:

1º Prioridade no gerenciamento de resíduos: Não Geração - o conceito está ligado á eficiência em toda a cadeia produtiva e de serviços com o uso de tecnologias modernas e inovadoras.

2º Prioridade no gerenciamento de resíduos: Redução - após esgotar todos os métodos para não gerar resíduos, a organização deve desenvolver técnicas para reduzir a quantidade gerada em seus processos. Seja através da inovação tecnológica (modificações no processo, substituição de matérias-primas, maquinários mais eficientes, etc.). Ou seja, através da criação de novos serviços e produtos com tarefas semelhantes, porém com maior eficiência.

3º Prioridade no gerenciamento de resíduos: Reutilização – a reutilização procura prolongar a vida útil de um produto no mercado. Todo produto dessa categoria deve possuir uma indicação de quantos ciclos de produção poderá atravessar sem afetar suas características principais.

4º Prioridade no gerenciamento de resíduos: Reciclagem - tem como finalidade reintroduzir um resíduo após sofrerem transformações em suas propriedades á uma determinada cadeia produtiva e servir de matéria prima para a fabricação de outros produtos.

5º Prioridade no gerenciamento de resíduos: Tratamento - utiliza tecnologias apropriadas para neutralizar a periculosidade do resíduo, possibilitando muitas vezes a reutilização e reciclagem.

6º Prioridade no gerenciamento de resíduos: Disposição - deve ser empregada somente se o resíduo não for capaz de passar por tratamento algum.

Conheça as 6 medidas para a redução da geração de resíduos na sua empresa.

Tipos de destinação e disposição final de resíduos

A partir do momento em que a não geração é impossível em um processo, deve-se proceder a outras formas de gerenciamento do resíduo. Vejamos algumas formas para destinação dos resíduos:

Compostagem

É um tipo de destinação, que ocorre por meio de um processo controlado de decomposição microbiana que transforma matéria orgânica em adubo ou ainda ração animal, reduzindo o envio de resíduos para aterros.

Muito utilizado quando os resíduos são compostos por grande quantidade de matéria orgânica, como por exemplo, restos de alimentos.

Co-processamento em fornos de cimento

É um tipo de destinação por meio da queima de resíduos em fornos de cimento com temperaturas acima de 1.200 °C, para reaproveitamento de energia, em que o material é utilizado como substituto ao combustível. Ou ainda para reaproveitamento como substituto da matéria-prima, em que os resíduos a serem eliminados apresentem características similares às dos componentes normalmente empregados na produção de clínquer.

Esta alta temperatura permite a destruição de quase toda a carga orgânica.

Este método não é permitido para queima de organoclorados, resíduos urbanos, radioativos e hospitalares.

Reciclagem

Uma das formas de destinar corretamente os resíduos é pela reciclagem, que é o processo de transformação dos resíduos sólidos, que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos.

Incineração

É conhecida como uma forma de destinação adequada, sendo basicamente uma decomposição térmica dos resíduos, com o objetivo de reduzir o volume e a sua toxicidade.

Por meio da incineração, é possível obter a redução de resíduos em até 5% do volume e 15% do peso original e ainda é possível recuperar a energia contida nos resíduos.

Por outro lado, o investimento é elevado, já que possui um alto custo de operação e manutenção, além de mão de obra especializada.

Para conhecer mais sobre tipos de tratamento de resíduos, leia o estudo sobre o setor no site da ABETRE.

Agora veja algumas formas de disposição final:

Aterro comum ou lixão

É uma forma de disposição final inadequada dos resíduos sólidos, visto que se caracteriza pela disposição de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.

Apesar de ainda existirem muitos lixões em todo país, esta forma de dispor não é recomendada.

Aterro controlado

É o aterro comum, porém com pequenas adaptações. O solo não é protegido contra a decomposição dos resíduos e não há controle dos gases, faz-se apenas um recobrimento dos resíduos com material inerte diariamente. Esta forma de disposição final também é considerada inadequada.

Aterro Sanitário

É a principal forma de disposição final adequada existente hoje, visto que é uma técnica que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança.

É uma solução economicamente viável e que causa menos impactos ao meio ambiente, porém possui vida útil de curta duração, exige grandes extensões de terra e controle e manutenção constantes.

Os aterros sanitários recebem resíduos de classe II A e II B, não inertes e inertes, respectivamente. Os resíduos perigosos, classe I, são encaminhados para aterros industriais, que possuem formas de disposição final mais específicas devido as características dessa classe de resíduos.

Você já ouviu falar em Aterro Zero?

É um movimento existente hoje em toda a comunidade internacional com o intuito de engajar pessoas, comunidades e empresas a planejarem e gerenciarem seus resíduos.

Enfatiza a não geração e uma grande mudança na forma atual do fluxo de materiais na sociedade. Leia mais no artigo: Como se tornar uma empresa Aterro Zero?

Como definir a melhor forma para destinar meu resíduo?

Ser uma empresa sustentável é produzir sem comprometer o amanhã e, para isso, é preciso cuidar dos aspectos e impactos que são gerados pela organização e neste contexto, os resíduos estão inseridos.

Você já deve ter ouvido uma frase que diz: levar o resíduo para fora do empreendimento não é o fim de um processo, mas sim o começo dele. Mas o que isso quer realmente dizer?

Quer dizer que, mais do que apenas dispor seu resíduo em um local ambientalmente adequado, sua empresa pode ir além e criar um novo negócio a partir da boa gestão e gerenciamento dos resíduos gerados.

É possível que sua empresa venha a desenvolver formas para reaproveitar seus próprios resíduos ou ainda de terceiros. O estabelecimento de parcerias com fornecedores, a promoção de projetos internos visando à redução de custos para destinação de resíduos, bem como a diminuição nos custos para adquirir matérias-primas ao transformar seu resíduo em uma delas, tudo isso são atividades relacionadas com uma boa gestão de resíduos.

Esta gestão dos resíduos, bem como os demais aspectos e impactos ambientais devem ser realizadas com uma política sustentável de modo que não prejudiquem o crescimento econômico da empresa e possam impulsionar sua competitividade frente ao mercado atual.

A implantação de um SGA vinculado à certificação ambiental favorece não apenas um ambiente mais sustentável, mas também as empresas certificadas, os fornecedores, os clientes e os órgãos ambientais, ou seja, todas as partes interessadas se beneficiam de um sistema como esse.

E para tal, utiliza-se a norma internacional ISO 14001, que foi projetada para ajudar na adequação de responsabilidades ambientais aos seus processos internos e dar continuidade ao crescimento das empresas, mantendo-as bem-sucedidas comercialmente.

Para saber mais, acesse o artigo: Conheça o passo a passo da implantação ISO 14001.

Quais as vantagens da gestão de resíduos?

A criação de novos modelos de negócios a partir dos resíduos gerados nos empreendimentos vem formando um mercado cada vez mais competitivo, com a existência de tecnologia e metodologias diferenciadas para destinar ou dispor os resíduos de modo ambientalmente adequado.

Ainda, com uma adequada Gestão de Fornecedores, tem-se uma posição estratégica para a qualidade e a credibilidade da organização, o que torna a gestão de resíduo mais eficaz.

Se em uma época não tão distante, a principal forma de disposição era em aterros ou até mesmo em lixões a céu aberto, atualmente tem-se uma gama de opções para destinação que varia desde a hidrólise térmica até o coprocessamento, gerando matérias-primas para fabricação de outros produtos.

O custo e a segurança jurídica das operações é o que diferencia na hora de optar entre destinação e disposição final.

Quando pensamos em gestão de resíduos, competitividade e diferencial mercadológico, pensamos logo em Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e certificação ambiental, visto que empresas certificadas ISO 14001 evidenciam uma maior preocupação com a adequação de seus processos e padrões internacionalmente reconhecidos, além de que para manterem sua certificação, precisam destinar seus resíduos de modo ambientalmente adequado.

Cada tipo de resíduo, bem como suas características exige um modelo de gestão adequado, que não prime apenas pela coleta e o transporte do resíduo para fora da área do gerador, mas o tratamento ideal para cada um, com a finalidade de evitar problemas de saúde pública e contaminação ambiental, impactos sociais e econômicos.

Ao gerir os resíduos corretamente, você reduz custos, evita multas, notificações ambientais e demais custos desnecessários, gera receita e obtém vantagens ambientais e competitivas frente a seus concorrentes, além de ter um diferencial no mercado.

Para te ajudar neste processo, o VG Resíduos, um sistema de gestão de resíduos totalmente on-line, controla toda a geração de resíduos de qualquer tipo de organização, desde a sua geração até o destino final.

Recentemente, em um estudo realizado com quase três mil empresas de todo território brasileiro, a https://www.vgresiduos.com.br/ ocupa o terceiro lugar no Ranking 100 Open Startup Brasil, divulgado pelo Jornal Valor Econômico.

Por meio dessa plataforma inovadora no mercado, o empreendedor consegue realizar o controle dos resíduos da sua empresa alinhado aos sistemas da ISO e ainda auxilia no monitoramento e na gestão dos processos, da documentação, dos prestadores de serviço, no atendimento às legislações aplicáveis e no planejamento de resíduos.

Leia tudo sobre esta notícia no artigo VG Resíduos ocupa o terceiro lugar entre as 100 startups mais promissoras do Brasil.

VG Resíduos e o Mercado de Resíduos: meios de destinação sustentáveis

A VG Resíduos ainda possui um módulo on-line chamado Mercado de Resíduos, que cria oportunidades e otimiza a gestão das organizações para melhor aproveitamento e destinação dos resíduos, por meio de oferta e busca de resíduos e serviços. Seu objetivo é agregar valor ao resíduo que é transformado em insumo para ser aproveitado no processo produtivo de outras empresas e ainda, estimular a destinação correta dos resíduos, minimizando impactos ambientais.

Sistema de gestão ambiental nas empresas

Cada vez mais incorporada no plano de negócio das empresas, a gestão ambiental consiste em investir em inovação tecnológica, mudar matrizes energéticas, modificar processos produtivos, substituir matérias-primas visando à redução dos danos ao meio ambiente. Tudo isso, além de contribuir para a realização de atividades que sejam sustentáveis e que gerem uma grande vantagem competitiva para as empresas que conseguem ter uma percepção mais ampla de seu negócio.

Assim, a implementação de um SGA em busca da certificação na norma ISO 14001, é essencial para enxergar seu empreendimento de forma holística, reduzir os aspectos e impactos negativos, potencializar os positivos e ainda gerar receita, com a correta gestão dos resíduos gerados.

O que é ISO 14001?

É uma norma internacional, baseada no ciclo PDCA do inglês “plan-do-check-act” - planejar, fazer, checar e agir, que define sobre como colocar um sistema de gestão ambiental eficaz em vigor.

No Brasil, a norma tem a versão brasileira representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), intitulada como NBR ISO 14001.

Saiba mais sobre o que é norma ISO 14001 por meio do artigo: O que é ISO 14001?

Dentre diversas normas da ISO, que é uma Organização Internacional de Normalização, existe a série ISO 14000, que se referem a normas de padrões ambientais que tem por objetivo abordar aspectos como sistemas de gestão ambiental, auditorias ambientais, rotulagem ambiental, comunicação ambiental, análise do ciclo de vida, desempenho ambiental, aspectos ambientais e terminologia, em qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte.

A área da ISO responsável pelas normas ISO 14000 é o Comitê Técnico 207, chamado ISO/TC207. Seu correspondente na ABNT é o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental, o CB-38. Fazem parte dessa série, as normas: ISO 14001, 14004, 14010, 14020, 14031, 14040 e 14064.

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