Como obter lucro utilizando restos de alimentos para fazer adubo?
22/06/2018
As empresas que manejam resíduos orgânicos da indústria alimentícia, como as cascas de frutas, podem fazer renda utilizando restos de alimentos para fazer adubo. Obtém-se o fertilizante natural pela compostagem, tratamento biológico no qual os micro-organismos fazem a decomposição dos resíduos orgânicos.
O resultado da compostagem é o adubo orgânico, que pode ser comercializado como fertilizante para plantas e solos. As tratadoras que investem na reciclagem de restos alimentícios podem vender o adubo, ideal para agricultura, jardins, pomares e hortas.
Além do ganho financeiro, a produção de adubo a partir da compostagem demonstra que a tratadora é ecologicamente correta. O tratamento biológico dos resíduos orgânicos evita que as sobras sejam abandonadas irregularmente no meio ambiente ou depositadas em aterros. A compostagem que gera o adubo é um método simples, podendo ser implantado pelas tratadoras sem grandes investimentos financeiros.
A seguir, vamos tratar em detalhes das vantagens de reciclar os restos de alimentos para fazer adubo. Acompanhe!
Produza adubo e seja ecologicamente correto
As sobras da indústria alimentícia estão entre os chamados resíduos orgânicos. No conjunto de resíduos do setor alimentício que podem passar pela compostagem, virando adubo, estão:
- cascas de batata
- legumes
- hortaliças
- restos e cascas de frutas
- borras de café
- restos de pão
- arroz
- massa
- cereais
- restos de comida cozida
Quando as tratadoras de resíduos optam por reciclar essas sobras transformando-as em adubo orgânico, demonstram que são ecologicamente corretas. Com a implantação da Política Nacional de Resíduos, as empresas precisam fazer a gestão adequada das sobras. Tratar os resíduos com responsabilidade diminui os riscos para o meio ambiente e os indivíduos.
Durante a compostagem, ocorre somente a formação de CO2, H2O e biomassa (húmus). O sistema de compostagem que gera o adubo é um processo de fermentação que ocorre na presença de oxigênio (aeróbico). Sendo assim, com a compostagem não há formação de CH4 (gás metano), que é altamente nocivo ao meio ambiente. Sua agressividade é 23 vezes maior que o gás carbônico, impactando enormemente os efeitos do aquecimento global.
As leis ambientais recomendam que os resíduos sejam reduzidos e uma das soluções é retorná-los à cadeia de produção. Isso pode ser obtido quando se implanta a Política dos 3R´s: Redução, Reutilização e Reciclagem. A produção de adubo via compostagem é uma aplicação dessa política, pelo método da reciclagem.
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Saiba como a compostagem resulta em adubo
As sobras de alimentos transformam-se em adubo por meio da compostagem. É um tratamento biológico que se inicia quando as sobras alimentícias são acumuladas em pilhas de orgânicos. A partir daí, microrganismos, como bactérias, fungos e actinomicetos, na presença de oxigênio, decompõem a matéria orgânica dos resíduos, transformando-os. O resultado é o composto orgânico chamado húmus, um adubo repleto de nutrientes que fortalecem as raízes das plantas.
O adubo orgânico torna o solo poroso, facilitando a aeração das raízes, a retenção de água e nutrientes. Os minerais compõem 6% do composto e são formados de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e ferro. Por essa riqueza de nutrientes, o adubo orgânico tem excelente resultado na agricultura, na jardinagem, em pomares e hortas.
As tratadoras podem comercializar esse adubo e com um diferencial importante. Por serem gerados por método natural, o húmus não é nocivo aos solos e às plantas, como o adubo químico. Os fertilizantes químicos são poluentes, pois podem deteriorar o solo e contaminar os lençóis freáticos. Podem, ainda, oferecer riscos à pessoa que o aplica, especialmente na ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s).
Entenda as regras para a produção do adubo
A transformação dos restos de alimentos em adubo, por meio da compostagem, precisa ser feita com critérios. Em outubro de 2017, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), estabeleceu a Resolução Nº 481, tratando desse assunto. Segundo o Artigo 10 da resolução, é preciso seguir diretrizes durante a compostagem, para evitar impactos ambientais:
Art. 10. As unidades de compostagem devem atender aos seguintes requisitos mínimos de prevenção e controle ambiental:
I - adoção das medidas de controle ambiental necessárias para minimizar lixiviados e emissão de odores e evitar a geração de chorume;
II - proteção do solo por meio da impermeabilização de base e instalação de sistemas de coleta, manejo e tratamento dos líquidos lixiviados gerados, bem como o manejo das águas pluviais;
III - implantação de sistema de recepção e armazenamento de resíduos orgânicos in natura garantindo o controle de odores, de geração de líquidos, de vetores e de incômodos à comunidade;
IV - adoção de medidas de isolamento e sinalização da área, sendo proibido o acesso de pessoas não autorizadas e animais;
V - controle dos tipos e das características dos resíduos a serem tratados;
VI - controle da destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e líquidos gerados pela unidade de compostagem.
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Tenha rendimentos produzindo o adubo orgânico
Além de lucrar com a comercialização do adubo orgânico, as tratadoras que seguem as diretrizes do CONAMA podem ter rendimentos por outros fatores. A compostagem que gera o adubo é um método simples e econômico, que não demanda alto investimento para ser implantado. As tratadoras podem reservar um local de sua estrutura física para a compostagem e produzir o adubo com relativa facilidade.
Produzir adubo orgânico tem uma vantagem econômica adicional. A reciclagem das sobras alimentícias não passa por nenhum tratamento industrial, o que significa mais economia.
Para formar uma clientela, pode-se contratar uma consultoria capaz de indicar empresas alimentícias que possam destinar seus resíduos às tratadoras. Por meio de uma plataforma tecnológica é possível colocar em contato geradores e tratadores de resíduos alimentícios, formando uma parceria.
Ao usar os restos de alimentos para fazer adubo, além do ganho financeiro, a tratadora mostra que é ambientalmente responsável. O tratamento biológico dos resíduos orgânicos evita que as sobras sejam descartadas incorretamente, diminuindo o impacto ambiental. O adubo gerado pela compostagem é um método simples de ser implantado e que não demanda grandes investimentos financeiros.
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